quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Delírios desinteressantes


(Momento ácido... Se estiver amando e muito sentimental, não leia, por favor)


Num gênio, pensamos que a loucura é um sintoma da genialidade. Há casos em que se acredita poder ser a própria causa do talento. Porém, cuidado. Existe muita gente por aí se passando por gênio, inventado delírios racionais para endoidar o resto da humanidade. Sua arte é vendida dentro de uma caixinha, ou caixão (desculpe se o termo parece um pouco nefasto), alguns até bastante fininhos, e alcança instantaneamente a todos que vivem o grande progresso da sanidade mundial. Não é algo pessoal. É que na grande farmácia globalizada, necessita-se criar algo para o adoecimento - a voz do capitalismo pede isso. Caso contrário, como serão vendidos os remédios? Telejornal só se passa por realidade porque tem muita gente que acredita que só se pode dizer a verdade com cara de sério (além de um apelo para o sensacionalismo, como alguns fazem). Arte mesmo, isso não é verdade, é pura invenção para entreter. Por isso, depois de um dia exaustivo de trabalho, deixe que eles entrem em sua casa, novelisticamente falando. Escute delirantemente suas vozes sussurrando: “não somos de verdade, somos devaneios de um gênio, vamos fazer a dança... Um passo para cá, outro para lá... Muito bem, você já sabe nos imitar... Agora, com sua mente descansada (quer dizer, vazia), assista a mais um momento coletivo de informação telepática (desculpe-me, quis dizer televisiva). Estamos formando sua opinião.” Será que ainda existe arte de verdade, e não só da verdade, dos gênios de verdade? Parabéns a todos, filhos do gênio do século XXI, os grandes eruditos da caixinha...


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