segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Vamos falar dos desejos...


Não que queiramos ser urubus, vivendo sempre às voltas da putrefação da humanidade. Eles produziram tudo, e nós sonhamos com seus frutos, como se isso nos fizesse árvores. Não que queiramos habitar as ruínas do mundo, nas redondezas continentais da esfericidade da Gaia. Eles construíram em seus vôos noturnos, mas nós sequer somos corujas. Teríamos sido enganados ou apenas preferimos a ilusão de estarmos edificando algo infinitamente elevado? Enquanto não seguramos as rédeas do futuro, não caminhamos adiante. Mas gostamos do cheiro das velharias, enchendo nossos quartos do des/agradável incenso das mentes que nos hipnotizaram. Por isso, somos aves entorpecidas pelo fedor que vem debaixo, e não enaltecidas pelo perfume etéreo de uma inexplorada genialidade. Não que queiramos ser urubus, mas isso é preferível a não ser nada. Comer da vida, produzir a vida, expandir a vida é muito mais difícil do que encontrar a podridão pronta nos aterros da grandiosa sabedoria dos inumeráveis outros. Não que queiramos ser urubus... Mas também não queremos ser ratos. Há alguém se alimentando do nosso esgoto?
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